O Projeto Alcatrazes trata do conhecimento e conservação da biodiversidade no Arquipélago dos Alcatrazes. Iniciativa da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro (SDLB), têm como objetivos realizar expedições técnico-científicas, interromper os exercícios de tiro da Marinha do Brasil e criar o Parque Nacional Marinho do Arquipélago dos Alcatrazes.

 

Entre os anos de 1989 e 2013, foram 43 expedições realizadas com a participação de pesquisadores de importantes instituições de ensino e pesquisa do país, que viriam somar-se a um magro retrospecto. Uma breve passagem da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, em 1911; a histórica expedição de 1920, liderada pelos pesquisadores Luederwaldt e Fonseca, do Museu Paulista, e finalmente, em 1948, uma incursão do Instituto Butantan; além da visita de Martim Afonso de Souza, em 1531, e esporádicas referências em cartas náuticas, a partir do Séc. XVI.

 

No embate jurídico, após 7 anos de trâmite, entre apelações, liminares e cassações, advém a derrota da Ação Civil Pública oposta aos treinamentos militares, em 1998. Na guerra da informação, entretanto, o resultado é promissor. Seminários, palestras, exposições fotográficas e outras intervenções concorrem para a divulgação do assunto e, de maneira tímida à princípio, mas de forma consistente, a defesa de Alcatrazes vai conquistando terreno.

 

Somem-se a isso os apelos naturais, a importância econômica do arquipélago, o crescente interesse da comunidade científica e a frequente atenção da mídia, que vão contribuir para levar cada vez mais a causa ao conhecimento grande público. Logo, o aporte financeiro da iniciativa privada e o apoio logístico e institucional que o próprio Estado, eventualmente, passa a oferecer, proporcionam avanços importantes.

 

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), um dos órgãos então responsáveis pela gestão da área, vai aparecer de forma definitiva nesse cenário quando passa a integrar as expedições, firmando convênio de apoio a pesquisa. Entretanto, um longo tempo ainda transcorreria até a inauguração da sede da Estação Ecológica dos Tupinambás, na cidade de São Sebastião/SP.